pollyanna
uma menina que leva alegria a todas as pessoas à sua volta e após a morte de seus pais vai morar com sua tia polly numa pequena cidade. nessa cidade ela contagia a todos com o seu ''jogo do contente'', esse jogo consiste em achar um motivo para ficar feliz sempre que você se sentir chateado.ela, por exemplo, já era contente porque não se chamava polllllllyannnnnnna. já imaginou o que é ter que escrever tantos eles e enes? um par de cada já é o bastante.


Tuesday, February 18, 2003  


estar doentes dos olhos
a cegueira culminou-me, perdi a visão já no aconchego do meu berço. venho aqui relatar este fato a pedido de minha amiga pollyanna. tive a chance de tornar-me uma progenitora de sucesso, e com a ajuda de minha filha criar na mente um mundo meu, um mundo com a minha visao. ela relata para mim como são os rios, o céu e o mar, logo absorvo todas as informações e transformo o ambiente. enxergo da minha maneira o que esta sendo dito, tenho uma visão que ninguém conhece, uma visão só minha. não preciso perder tempo na frente do espelho, dizem que esse objeto mostra o humano como ele é, eu tenho minhas dúvidas, há uma concepção de que o humano interno, é que é o verdadeiro. tenho sempre companhias para andar e as pessoas sempre me tratam com gentilezas. o belo ao meu ver, é o som da água, o barulho do vento, o cantar de uma voz doce e tênue. não imagino a morte, ela é um dos atos da vida que eu não conheço. converso com meus pais que já faleceram, pois nós cegos escutamos vozes do além, isso ocorre no escuro de mim, sinto eles bem próximos. não conheço a melancolia alheia nem o choro do outro, a raiva a inquietação e a estupidez da face humana nunca me foi apresentada. como não possuo habilidades da visão normal, aperfeiçoou os sentidos e uma outra visão. o grito é a única coisa que me desagrada e me assusta. as vezes acho deus imperfeito, o ser humano tem muito, muito mesmo. é muito braço, muita perna, muito olho, caso não tivessem esse tanto saberiam valorizar o pouco, pois esse negócio de ter tudo é um muito chato. o bom é nem todo mundo saber cantar ópera, a vida já é um grito. não enxergar é bom mesmo, deixo as preocupações para os visionários que adoram enxergar lá na frente . como não sei o que me espera num próximo passo, tenho que dar um passo de cada vez. se um tanto de gente possuísse o dom da visão, outros o da escuta, e alguns outros tantos o da fala, seria tudo mais perfeito, o homem se preocuparia apenas com a única habilidade que lhe foi proporcionada. todo o pouco é muito, e só quem tem pouco, é que valoriza esse muito pouco que tem.

posted by paratodos | 5:38 PM


Thursday, January 23, 2003  


don't cry for me Canadá
minha viagem para o canadá foi cancelada um dia antes do embarque. estava na lista de espera pois consegui atingir as milhas necessárias para usufruir de tal privilégio. mas o beleléu com a colaboração da minha irmã, levou minha viagem embora e tudo que estava provisoriamente planejado. sucessivas descobertas vieram átona depois desse ato inesperado do destino. meu funcionário que confiava todo o meu caixa, me usurpou alguns tostões e um flagra veio se fazer presente na hora do ato cometido (hoje ele esta na rua). janeiro não é uma época boa para viagens, sendo que uma aglomeração sempre se dirigi para longe do rotineiro lugar da origem. escolhi esta época por força das circunstâncias e as circunstâncias me arrancaram da atração, ou seja, desconfie sempre das circunstancias. brigar novamente com minha irmã foi muito bom também, percebi que as brigas evoluíram bastantes desde tempos atrás, não há mais puxões de cabelos e nem vassouradas, há sim, uma revolta introspectiva, algo adulto que ajuda no amadurecimento do eu. estou mais fastidioso isso faz com que as pessoas sintam um certo receio de tomar certas atitudes, com isso há menos aporrinhação do meu saco nesses dias do desvendar do prestígio. meu acréscimo de mais uma ano será daqui uns dias e poderei passar esta data na companhia de verdadeiros amigos e da minha única família. tantos almejam ter esse tudo que eu tenho, e só não indo viajar, é que pude valorizar esse tudo.

posted by paratodos | 12:23 PM


Saturday, January 18, 2003  


com limões que a vida nos oferece, fazemos deliciosas limonadas

estou sem luz faz 15 dias. devido a dívidas deixadas pelo meu falecido marido, minha família está enfrentando o mais indócil decaimento financeiro. o problema, se é que se pode chamar de problema, foi resolvido da seguinte forma; esvaziei as gavetas abarrotadas de velas, que só tinham utilidade nas noites de natal, e transformamos nosso lar em um ambiente mais esotérico. sem televisão temos que dialogar, meu filho conta histórias mirabolantes, já está até escrevendo um livro de contos e minha tia, que mora conosco há algum tempo, relembra histórias do passado. os demorados banhos quentes, que antecipam a velhice e deixam nossos rostos enrugados, foram trocados por gélidos banhos rápidos dando maior disposição para enfrentarmos o dia, aumentando a quantidades de hormônios e fortificando a pele. somos obrigados a usar menos roupa, pois sem luz não há máquina de lavar roupa. com isso, conservamos a qualidade de algumas peças e usamos roupas de fácil desenxovalhamento. além de tudo não temos que pagar as dívidas passadas ( visto que cedo ou tarde elas expiram) e evitamos fazer futuras dívidas que faltalmente não teríamos como pagar. viver sem luz é bom sim, não vemos notícias tristes, não ouvimos narrações de derrotas do nosso time, a campainha não funciona, podendo assim nos esconder melhor de indesejáveis credores. precisamos muito da claridade, sendo ela natural é melhor ainda.
colaboração Leonardo Coutinho e Flávia Regina

posted by paratodos | 8:59 AM
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